Para ser eleito presidente é preciso o apoio de Minas Gerais. É o segundo estado mais populoso e forte  economicamente. A maioria dos presidentes eleitos teve apoio dos mineiros e isso não muda nesta eleição, segundo os analistas mais conhecidos da capital do Brasil. O chefe político mineiro é considerado um grande eleitor, uma vez que tem conseguido carrear votos em todo o estado para o candidato escolhido. Seu partido tem ramificações nos pequenos municípios que se espalham dos limites de São Paulo até a Bahia. Há quem diga que Minas Gerais é uma síntese do Brasil. Os chefes políticos locais carreiam os votos para os dirigentes estaduais, que, por sua vez, despejam no candidato indicado pela chefia política encastelada na capital mineira. Nada indica que nesta eleição,  tumultuada, a aliança entre os que dominam o agronegócio vai divergir na escolha de um nome que os represente no governo federal.

Há um embate claro entre o presidente e a Suprema Corte. Nunca se viu um confronto institucional como esse desde a implantação da república.

O que mais os políticos desejam é subir a rampa do Palácio do Planalto, a sede do Poder Executivo da República Federativa do Brasil. O espetáculo para a troca de poder é coberta pela mídia nacional, com uma multidão contida do outro lado da avenida por um cordão de isolamento bem policiado. Afinal, o percurso até ali é longo e cheio de armadilhas. A população ainda não se acostumou com uma escolha do presidente por meio de um processo eleitoral que pode desaguar em um segundo turno.

Ocupar um lugar no Senado, ou na Câmara Alta, como preferem alguns, é um desejo de todo segmento da elite brasileira. Afinal, é para isso que o Poder Legislativo é bicameral. Os assuntos mais delicados e que podem prejudicar os interesses das oligarquias certamente têm que ter o aval dos senadores antes de chegar ao Poder Executivo.

Suspeita-se que os deputados não vão mais poder se reunir. O clima político chega perto de uma explosão e há quem despeje mais combustível na fogueira.

Ninguém ousa bater de frente com o ministro da economia. Nem o próprio presidente da República, que é um militar do Exército.