Terça, 19 Dezembro 2023 08:07

Eduardo Ribeiro revela como os salgados de sua mãe o ajudaram a se tornar apresentador de telejornais

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Na manhã da última terça (dia 07 de novembro) foi organizada no espaço cultural Multiverso Experience do Shopping Vila Olímpia, na capital paulista, um evento sobre a quarta edição do “Festival MasterChef Brasil Beto Carrero”, que o famoso parque catarinense vai realizar de 1º de dezembro de 2023 até 3 de março de 2024, com uma coletiva de imprensa comandada pela jornalista Ana Paula Padrão, apresentadora do talent show “MasterChef Brasil”, na Band. O local recebeu a presença de dezenas de jornalistas e alguns convidados. Entre eles estava o jornalista e palestrante Eduardo Ribeiro. Apresentador de telejornais do Grupo Record desde 2007, ele estava no local também para prestigiar a colega Ana Paula Padrão, com quem dividiu bancada quando ela também trabalhava no jornalismo da TV Record.

Durante o evento, Eduardo concedeu uma rápida entrevista, na qual ele fala um pouco de jornalismo, da carreira e da ligação entre comida e os exemplos que ele sempre teve em casa e o moldaram como profissional e como ser humano.

Marcos Paone - Eduardo, qual é a sua ligação com a parte de gastronomia? Você gosta de cozinhar? Você gosta de experiências gastronômicas? O que é que você mais gosta de consumir quando você vai a um restaurante?

Eduardo Ribeiro - Sou apaixonado por gastronomia e pelo mundo do entretenimento. Por isso que eu acho que a união dessas duas marcas, o Beto Carrero e o MasterChef, fazem tão bem. Vim aqui para prestigiar porque conheço o parque de diversões, sou entusiasta da maneira como eles lidam com isso e sou mais glutão do que chef de cozinha, vou te confessar. Eu sou de um passado em que eu vendia salgadinhos nas ruas de Curitiba. Minha mãe fazia coxinhas, risoles, kibes, sanduíche natural e eu ajudava a fazer o bolo de cenoura. E pra pagar os estudos, com 15, 16 anos eu saía pelas ruas vendendo e anotando num caderninho. Então aprendi a fazer muita coisa boa mas, hoje em dia, estou só comendo mesmo, viu (rs).

MP - E quando você fez jornalismo, pra pagar a faculdade, também fazia salgadinho pra vender?

ER - Eu passei numa universidade pública. Mas pra pagar o terceirão, o cursinho pré-vestibular, aí sim, era coxinha, risoles, todo dia. Eu ficava feliz quando sobrava uma coxinha, porque daí eu comia no ônibus voltando pra casa. Essa minha mãe, quituteira, inclusive eu já levei ao Beto Carrero. Fiz a alegria dela porque ela vai fazer 77 anos agora, dona Maria Lúcia, e eu acho que é honrar pai e mãe, né. Agradecer pelo caminho que eles nos ensinaram. Ela ensinou os valores básicos de respeito, honestidade e trabalho. Trabalho não faz mal a ninguém e eu aprendi isso cedo.

MP - Então você fez jornalismo na UFPR?

ER - Não, na Universidade Estadual de Ponta Grossa, há 100 quilômetros da UFPR. Eu sou de Curitiba, mas passei na PUC em Curitiba e na UEPG, em Ponta Grossa. Aí nessa hora você quer dar um alívio pro pai e pra mãe e vai…

MP - Vai pra pública?

ER - Vai cursar a pública, isso aí.

MP - E de lá pra cá, hoje você está na Record. Passou por outras emissoras também?

ER - Passei pela Band. A minha primeira casa no telejornalismo foi a Band, ainda em Curitiba, em 2005. Em 2006, Claudia Marques (atualmente no jornalismo do SBT), que está aqui inclusive, era minha editora de texto e foi uma das que falaram assim pra mim “Você está fazendo o quê aí, que não está vindo pra São Paulo?” Vim pra São Paulo a convite do (apresentador) Carlos Nascimento, da Band de uma maneira geral, em 2006. E um ano depois eu fui pra Record e lá se vão 16 anos. Fui pra Record pra inaugurar a Record News, lembra?

MP - Lembro.

ER - Em 2007. E daí, de lá pra cá, o Jornal da Record, Domingo Espetacular e, agora, Fala Brasil.

MP - Você falou que já foi no Beto Carrero e levou sua mãe. Antes da gravação você também citou que levou mais alguém…

ER - Eu já fiz umas três viagens. Já levei minha filha mais velha, que tem 13, acabei de voltar de lá agora com a minha filha de um (ano) e levei a minha mãe. Um lugar maravilhoso, que eu recomendo enormemente.

MP - Pra finalizar, como você avalia o jornalismo brasileiro na atualidade e como você vê o possível futuro dele?

ER - Uma pergunta difícil de responder. Mas se a gente parar pra pensar que esse menino chamado jornalismo (de TV) já está indo para os seus 70 e poucos anos, TV no Brasil é de 1950, nós estamos vivendo uma época de enorme transformação. Quando que nós imaginaríamos que estaríamos num evento relativamente barulhento, com telefone celular, mas com uma ferramenta baixada por aplicativo que torna esse áudio mais compacto, mais limpo, com a possibilidade de limpar ruídos? Quando que a gente imaginaria que a inteligência artificial poderia criar um apresentador de TV ou formatar um jornalista para apresentar um programa multiplataforma? Então eu acho que a curadoria continuará sendo nossa. A curadoria continuará sendo do jornalista profissional, do comunicador, que sabe o que é notícia e o que não é. Pra revestir isso de humanidade, pra revestir isso de interesse, nós também precisaríamos continuar contribuindo. Isso é um alento, porque a gente sempre imaginou estarmos sendo ameaçados pela narrativa de que o nosso jornalismo, como conhecemos, vai deixar de existir. Eu sou um otimista neste aspecto. Eu acho que estamos indo para multiplataformas muito mais bem “resetadas” (realinhadas, reorganizadas), com mais facilidade de produção de conteúdo, mas com uma curadoria clara do que é do que não é notícia. Isso nos cabe fazer por muito tempo ainda.

Marcos Paone

Redator, repórter, blogueiro e assessor. Estudei jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, em SP. Sou um paulistano apaixonado por televisão desde criança e minhas opiniões sobre o assunto em redes sociais me renderam convites para escrever em sites especializados, com passagem por veículos como o extinto site Almanaque da TV. Também escrevo sobre ações sociais, ativismo LGBT+ e sustentabilidade.

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