Por várias razões, o tamanho das famílias no Ocidente está diminuindo e tende a aumentar o número de famílias com um filho. A princípio, parece ser mais fácil educar uma criança do que mais que uma, mas a logística envolvida em educar um só filho leva a uma maior complexidade psicológica: Educar um filho único pode ser muito exigente e estressante para os pais.
Ter um único filho tem aspectos positivos, não só para os pais, mas também para a criança: mais atenção e recursos, uma maior intimidade com os pais... Essas vantagens também carregam riscos: a atenção exclusiva dos pais pode gerar na criança um conceito exagerada de sua importância e do apego pode criar dependência emocional de filhos com os pais. Toda dinâmica da família é diferente e aqui nós falaremos sobre as tendências que estão normalmente presentes apenas em filhos únicos.
Abaixo você encontrará uma descrição dos principais desafios psicológicos enfrentados pelos filhos únicos e algumas orientações para você enfrentá-los.
O filho único pode ter dificuldades para estabelecer sua própria identidade diferenciada de seus pais. O instinto inato que todas as crianças têm de imitar, querer ser como seus pais e agradá-los são muito mais evidentes no caso de filhos únicos. Para promover a sua própria identidade devemos ir com cuidado e não elogiar em excesso. Devemos valorizar/elogiar a diferença da criança desde muito cedo.
Por não experimentar rivalidade, tensões da convivência entre irmãos, o filho único pode ter algum grau de imaturidade emocional e preferem a companhia dos adultos ou crianças mais velhas ou mais jovens e evitam a companhia de crianças da sua idade. A convivência obrigatória com as crianças de sua idade que ocorre na escola pode contornar este problema. É aconselhável que a criança vai para a escola aos 3 anos. Se notar que, no parque, por exemplo, a criança prefere jogar com a gente em vez de brincar com as outras crianças, nós devemos incentiva-lo promovendo atividades de lazer que precisa socializar-se com outras crianças da mesma idade como oficinas, esportes, teatro...
A atenção exclusiva dos pais ao filho único tem efeitos muito positivos na autoestima e autoimagem da criança que pode transbordar e tornar-se uma atitude egocêntrica. Para evitar isso, devemos incentivar a autoestima e autoimagem positiva da criança sem exagerar.
Dependência mal administrada gera ansiedade na criança, quando não apenas com seus pais. Para uma criança herdar apenas o lado bom do apego, devemos incentivar a sua individualidade com atividades que os diferenciam, incentivar a tomar suas próprias decisões, incentivar o cuidado de si mesmo. Desde muito cedo, podemos introduzir atividades de autocuidado como escovar os dentes, fazer a cama... também deve permitir e até incentivar a criança a passar o tempo com seus amigos ou outras crianças da sua idade.
Vamos interagir e proteger os nossos filhos - únicos!
Boa semana!
