Quinta, 12 Março 2015 16:35

No Dia Mundial do Rim, especialista alerta: "Prevenção é a chave!"

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Hoje, 12 de março, o mundo todo comemora o Dia Mundial do Rim com a divulgação de informações e ações preventivas para as doenças renais. No Brasil, a campanha é coordenada pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, que inicia em fevereiro a campanha “Rins Saudáveis”. Neste ano, o foco é alertar a população com relação a adoção de hábitos saudáveis, ingestão de água, mudança de estilo de vida e cuidado com as doenças crônicas não transmissíveis, como hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e obesidade.

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De acordo com dados do Instituto Nacional da Saúde, quase 9% da população mundial sofrem de cálculo renal, popularmente conhecido como pedra nos rins. No Brasil, de 5% a 10% da população já teve ou pode vir a ter alguma crise, sendo que 50% dessa parcela apresenta histórico familiar. Como se não bastasse, a incidência das crises aumenta 30% no verão.

Segundo o urologista do Hospital Santa Paula, Alex Meller, o verão faz com que as pessoas transpirem mais, liberando líquido por outras vias além da urinária. Se o indivíduo não aumenta o consumo de água para repor essa perda, aumenta o risco da formação de cálculo. “Desidratação, má alimentação e fatores genéticos são as principais causas que levam à formação de cálculos. A prevenção é simples, não há necessidade de mudar toda a rotina, somente aumentar a ingestão diária de líquido, principalmente no verão, e ajustar a dieta”, explica o especialista. 

O problema, que na linguagem médica é chamado de litíase renal, é identificado por um acúmulo de cristais na urina, que pode ser o ácido úrico, cálcio, cistina e, na maioria dos casos, oxalato. Os homens são os mais prejudicados: 10% dos casos acometem o sexo masculino, enquanto 7% das mulheres são vítimas da doença. De acordo com o médico, não há evidências claras da razão dessas diferenças de gênero.

Durante a crise, é comum o paciente procurar o pronto-socorro, pois dificilmente a dor pode ser controlada com analgésicos, sendo necessária a administração de medicamentos na veia. Os sintomas mais comuns são dor aguda nas costas, mas pode vir acompanhada de náusea, vômito e sangramento na urina.

O primeiro passo do diagnóstico é a realização de um exame de urina. Segundo o doutor, 90% dos casos de cólica renal se associam a sangramento microscópico na urina. A seguir, são realizados exames de imagem como ultrassonografia de rins e vias urinárias. Se necessário, o especialista pode pedir uma tomografia computadorizada.

O tratamento mais comum é a cirurgia. De acordo com o urologista, nos últimos dez anos houve um grande avanço nessa área e a ureterorrenolitotripsia flexível - uma cirurgia minimamente invasiva que trata o cálculo dentro do rim através de orifícios naturais - pode ser realizada em regime ambulatorial.

O Doutor Alex ressalta que a melhor forma de prevenir o problema é ingerir pelo menos 2 litros de líquidos por dia e fazer ajustes na dieta, como os indicados abaixo:

- Não exagerar no sal;

- Diminuir o consumo de enlatados, comidas prontas, embutidos, congelados e refrigerantes;

- Controlar a ingestão de alimentos industrializados e ricos em sódio, que facilitam ainda mais o aparecimento do cálculo renal.

- Diminuir o consumo de proteína associado a carnes, seja vermelha ou branca;

- Não abusar da ingestão de cálcio. A dose recomendada é de 1000mg/dia, equivalente a 2 a 3 porções de derivados de leite ao dia.

- Evitar o consumo exagerado de chocolates, derivados de soja, grãos, chá preto, espinafre, morango e vitamina C.

Para conhecer a campanha no mundo acesse: http://www.worldkidneyday.org/

Alex Meller é graduado em Medicina pela Unifesp, urologista do Hospital Santa Paula, especialista pela Sociedade Brasileira de Urologia e membro internacional da Associação Americana de Urologia.  botao voltar

Rosângela Cianci

Jornalista, repórter, palestrante, apresentadora, produtora de TV, idealizadora do site Universo de Rose. Incansável observadora do cotidiano, sou apaixonada pelo que faço. Ex-Secretária Executiva, sempre lidei com Diretoria e Presidência, mas, prestes a completar Bodas de Prata na área, resolvi desengavetar um sonho antigo: o Jornalismo. E parti pra nova luta com 40 (e uns anos), pois meu negócio é escrever e conversar sobre assuntos de A a Z...

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